sábado, 30 de abril de 2011

De Clarice Lispector...

... eu faço as minhas palavras. Talvez porque ela tenha conseguido dizer tudo e talvez porque muita gente desista no meio do texto por achar banal ou se identificar.

"Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!" - Clarice Lispector


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pra você, querida amiga.

Pois é minha amiga, cá estamos nós nesse destino incerto. Destino que nos atravessou a vida e nos junto naquele momento em que fizemos a mesma escolha e desejamos que fosse apenas o primeiro passo do "feliz para sempre", enquanto acreditávamos que tudo seria mais fácil se mergulhássemos em livros e teorias elaboradas por gênios que preferiam pensar nas coisas do que em pessoas.

É, triste pensar que no fim tornamos realistas perante a grande farsa trazida por alguém, que nos fez sonhar e acreditar na felicidade plena e que por instantes tornou os segundos interminavelmente perfeitos. Lá ficamos nós, sentadas numa escada escura discutindo sobre a vida, os medos, os desejos, os dias, as horas, os choros, os sorrisos... não nos demos conta de que seria quase a mesma pessoa falando no espelho. Perdemos a noção do tempo imaginando o que seria da gente, ou do outro.... pensando no que fazer ou o que falar.

Falhamos. Acreditamos no mais falso dos sentimentos: o amor. Falhamos por tentar entender o porque e querer sempre mais, em manter esse sentimento vivo a cada dia. Sim, amor é a forma mais egoísta e cega de se pensar. É o pior dos sentimentos e a mais verdadeira das agonias... que tomam-nos os sonhos e nos fazem acreditar que pode ser diferente. Não, não vai ser diferente. Apenas fazemos com que certas situações tornem-se confortáveis, mas fazemos questão que elas estejam sempre alí e que nos lembremos dela constantemente, machucando a ferida que nunca sarou e que hoje virou a mais realista e pulsante das dores.

Se algum dia alguém te disse "eu te amo", apenas esqueça; Essa pessoa nunca disse a verdade. Acredite, o amor não é transformado em palavras nem gestos. É transformado naquilo que não conseguimos expressar e que ao fim resume-se a uma lágrima, que você sempre irá derramar ao final do dia. Você dormirá com alguém e acordará sozinha, pois a realidade te fará triste e solitária, porém não menos esperançosa. Sabe porquê? Porque somos humanas bobas e acreditamos em contos de fadas.

Te fará feliz aquela pessoa que sentir orgulho do seu sorriso. Que sentirá o seu abraço como uma doação de alma e corpo. Te fará sonhar aquela pessoa que te apoiar em todos os momentos que sua razão prevalecer e te tornar mais forte, e ainda será justo de te dizer não quando convir.

Não posso te dizer quando e como isso irá acontecer, mas espero que aconteça. Ninguém é merecedor dos nossos segundos em que continuamos a respirar. Isso nos faz humanas... diferente daqueles que preferem ver outra pessoa chorar a sorrir.

Pois é minha amiga, cá estamos nós perdidas nesse mundo de desilusões e medos. Perdidas numa estrada sem volta, transformando-nos em bonecas cobertas por maquiagem para esconder as imperfeições causadas por alguém ou pelo tempo. Cá estamos nós desejando que o dia de amanhã seja melhor do que hoje, e se quisermos, ele será.

Não se prenda a promessas. Prenda-se a você mesma, pois sua felicidade é a sua maior arma e maior conquista. Prenda-se ao sonho de ser grande... e lembre-se que chorar não te faz pior, mas só te lembra de ser pior, e isso não é uma verdade.

Então minha amiga, enxugue já essa cara. Vista uma roupa que te mostre o que você é de verdade. Sorria para quem lhe sorrir e seja séria quando precisar ser. Retire da cabeça o que não lhe convir e bola pra frente. O tempo já passou e você não pode esperar como um mero participante da platéia. Vai lá, faça o seu show! Brilhe! Seja a mais bela das criaturas... e se isso não for o bastante, me chame. Estarei sempre ao seu lado.

sábado, 22 de agosto de 2009

Eu, vc e todos.


Saídas, retornos, CAMINHOS.


Imperfeitos, imprecisos, indecisos!


Vontades, loucuras, paixões... Paixões?


Razão, emoção, corpo, alma, sentimento.


Deixar-se levar ou simplesmente ir?


Fazer acontecer.


Amontue tudo.Jogue numa caixa, misture.


Isso é o que chamam de humano.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sentimentos matemáticos

(Baseado em um texto de Adriana Eifler Barbosa)

Chega de partes! Não quero mais metades! Os quartos perderam a graça. Os sextos não me dão mais arrepios... dos décimos, não sobraram nem suspiros.

Quero alguém que me some,me multiplique! Não quero que me subtraia sonhos e nem divida sentimentos. Não quero quadrados... quero redondos! Chega de vértices e linhas infinitas!

Preciso de sentimentos que me completem. Que façam uma intersecção entre realidade e sonho... entre querer e poder.

Preciso ser tomada como pílula, de ação 24 horas por dia. Sem ser esquecida... como um vício! Daqueles totalmente incontroláveis! Pílula a favor e não contra a loucura. Loucura aquela que hoje me faz escrever coisas incompletas, sem nexo, sem começo ou fim.

Não posso mais contar os dias que se passam e nem calcular o tamanho do vazio que se formou entre o que sou e o que fui. Será que alguém pode dizer o limite da minha solidão?

Minha confusão é derivada de vontades reprimidas e pensamentos extremamente confusos. Analisando o meu dia de forma integral, percebe-se que falta um simples sorriso.

Tudo o que queria era ter você hoje. Sem explicações complexas, sem indeterminações. Quero sentimentos! Beijos, abraços, amassos. Se não for assim, obrigada, não quero nada.